SERIA CÔMICO SE NÃO FOSSE TRÁGICO...
Um mesmo título para duas histórias.
No último sábado, 22 de junho de 2013, fizemos a trilha de
estreia da nova camisa do grupo recém-batizado de Catracas do Sertão.
Vestimenta das mais belas, parece ter sido aprovada por unanimidade, com
ressalva de alguns para o destaque na “protuberância abdominal”. Mais um motivo
para continuar firme nas pedaladas e eliminar os quilinhos extras, mode num
pricisá murchá a pança na hora da foto.
Se não me falha a memória, a partida contou com as
presenças de Sidney, Lourão, Júnior, Rogério, Renato, Mardem, Agamenon, Geraldo
Sérgio e Esposa, Cláudio Kleber, além deste escriba. Toninho Maldonado nos
atalhou na saída do “urubu”, ali no alto da pedreira.
Na parada na cancela, o Véio Mardem nos brindou com
a cômica narrativa de seu drama na recuperação da bike furtada. Depois de
correr do larápio que o abordou de arma em punho, sozinho ali pelas bandas do
Motel Sky, alcançou um motoqueiro que a tudo assistiu, para nele buscar
socorro. Aí entraram os hilariantes detalhes da história: o modelo e a
cilindrada da moto, cuidadosamente notados em meio ao desespero; a mudança do
discurso desesperado para uma negociação mais amigável para obter a ajuda do
piloto da CG-125, que retrucava inseguro: “ele tá armado!”; a busca
desembestada ladeira abaixo, aos gritos de “pega ladrão!”; a passagem de
outra moto que entrou na perseguição, desta vez uma Honda Bros, com direito à
tentativa de desmentir o aviso de um condutor para outro de que o bandido
estava armado (“tá não!!!”); a dificuldade de atravessar a BR
movimentada; a chegada de um ciclista herói, desconhecido, que seguia pelo
outro lado da pista e corajosamente alcançou o marginal, frustrando a ação
criminosa. Mais adiante, já no bairro ali das proximidades, o encontro com os
Policiais não passou isento de “várias indagações ni mim”, nas palavras
do Véio. Risada geral e alívio com o final feliz da movimentada
história. Alegria à parte, fica o alerta para os riscos de se pedalar
sozinho...
No final do corredor, os cinco primeiros destemidos acima e
este incauto seguimos adiante, e logo fomos alcançados pelo padrinho da trilha,
o Imperador Adriano. Meros 31km foram suficientes para esgotar minhas forças,
depois de um mês longe das trilhas. Adentrando às plagas de Rômulo Labate,
quase que já me abate o cansaço, com o perdão pelo trocadilho... A chegada a
Buriti serviu de alento, quando nos abastecemos de salsicha e coca-cola no
barzinho Mangueiras. Na pose para a foto, o resultado da mistura veio, digamos,
em manifestações ruidosas e aromáticas de Lourão, provocando a fuga repentina
de Júnior. No restante do percurso contei com a paciência dos companheiros pela
minha lentidão, a reboque das últimas energias (e da fé, devo confessar).
Cheguei em casa “chamando o Juca”... Chô Cride! Definitivamente esta não era
uma trilha para se enfrentar no retorno ao esporte depois de algum tempo
parado.
Até a próxima, se Deus quiser!
Harlen.